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Quando falamos sobre autoestima, existe um senso comum que relaciona este tema a aceitação física e estética, sem dúvida aceitar e amar quem somos fisicamente é uma parte importante da autoestima, mas esta é apenas a ponta do iceberg, existem questões muito mais profundas que precisam ser avaliadas quando o assunto é autoestima e que por vezes ignoramos. Inspirada na obra O Poder da Ação de Paulo Vieira, gosto de definir a autoestima como crença de identidade, merecimento e capacidade. São estas crenças que fortalecem ou enfraquecem a nossa autoestima, definem o nosso comportamento e consequentes resultados diante da vida.

Quero te ajudar a compreender cada uma destas crenças, o efeito que elas tem em nossa autoestima e como podem afetar os nossos resultados.


Crenças de Identidade  

Crença de identidade, é a visão que você tem sobre si mesma, a forma como você se define, a leitura que você faz da sua própria história de vida. Certa vez participando de um workshop de oratória a mediadora pediu a todos os participantes que se apresentassem, então, se iniciaram aquelas típicas apresentações de “cara-crachá” em que as pessoas falam sobre sua formação acadêmica, profissão, estado civil, idade e todo mundo continua não se conhecendo, mas apenas sabendo títulos e conquistas. Até que um dos participantes quebrou o ciclo, se apresentou falando sobre sua história de vida, seus sonhos e sua missão no mundo. Então, eu senti que ele era a única pessoa naquela sala que eu havia conhecido de verdade e que falou das únicas coisas que realmente importam. Isto é crença de identidade, ele sabia quem ele era, o que estava buscando, para onde estava caminhando e enxergava relevância e significado em sua existência. O mais incrível é que naquela sala ele era a pessoa de origem mais humilde, com menor poder aquisitivo e escolaridade, um vencedor, que sabia que sua origem não determinava o seu destino, porque a visão que ele escolheu ter sobre quem ele é, estava relacionada a sua missão no mundo e não as limitações e dores de sua história pessoal. A maioria de nós não teve esta descoberta, este despertar e compreensão sobre quem somos de verdade, além das circunstâncias, dos títulos, dos conquistas ou mesmo de nossas limitações.
Muitas pessoas, definem quem são a partir de uma leitura negativa de tudo o que viveram e tendem a diminuir sua importância, ao considerar que vieram de uma família problemática, ou de uma condição social e financeira inferior ou seja lá o que for que usam como referência para acreditar que são pequenos e irrelevantes. No fim das contas, o que define a visão que cada um constrói de si mesmo é a forma como interpreta a própria história.
Dia desses assisti no TEDxNovaLima a palestra de Paola Antonini, intitulada A forma como você encara um momento pode mudar tudo, um depoimento incrível, de uma mulher linda, que perdeu uma de suas pernas em um acidente de carro e ainda assim, não apenas continuou se achando linda, como foi capaz de ressignificar a sua história e se tornar alguém ainda melhor depois do acidente.
Isto é autoestima, é ter um senso de valor e significado que se superior às circunstâncias ou as próprias  imperfeições.

A crença em relação a quem você é enquanto pessoa, afetará o seu senso de valor e relevância e portanto sua autoestima. 


Crença de Merecimento  

Nós desejamos muitas coisas...
Estou certa de que, se eu pedisse a você neste momento em que lê este artigo para me dizer tudo o que você gostaria de ser, ter ou fazer, certamente você conseguiria me apresentar uma boa lista de coisas ousadas. No entanto, será que você realmente acredita merecer tudo isto?
Talvez você me diga que seria muito bom ter muito dinheiro, ter uma carreira de sucesso, um cargo executivo, ser uma grande empresária. Mas será que você consegue de verdade achar que merece muito dinheiro e sucesso? Em um primeiro contato com esta pergunta, você pode estar afirmando dentro de você que é óbvio que consegue, mas eu preciso te dizer que talvez você esteja enganado!
Em minha experiência de atuação com desenvolvimento humano nas sessões de coaching, o que vejo diariamente são pessoas que desejam intensamente conquistar, evoluir, porém, se sabotam o tempo todo, porque no fundo elas pensam: Quem sou eu? Sou apenas a filha da dona Maria. Isto não é pra mim!

De algum modo, ainda que inconsciente, acreditamos que as pessoas que obtiveram as coisas que desejamos tem méritos diferentes dos nossos, são de algum modo especial ou mais relevantes.

Além disto, muitos de nós estão em um processo de autossabotagem resultante da culpa por erros cometidos no passado e em alguns casos, por erros que nem foram cometidos, mas pelos quais assumiram a responsabilidade. Alguns se culpam pelos problemas familiares, outros se culpam por escolhas erradas, por relacionamentos fracassados … e assim passam a acreditar que não merecem construir uma família saudável, ter um relacionamento positivo, prosperar e ter uma boa vida. Neste caso, podemos compreender que a falta de auto perdão, é o segundo motivo da baixa autoestima, afinal, se sou alguém errado, culpado, ruim, sou também alguém que não merece coisas boas.  

A crença em relação ao que você merece enquanto pessoa, afetará expectativa de obter bons resultados na vida e portanto sua autoestima!


Crenças de Capacidade  

Recentemente li uma pesquisa apresentada pela Febracis, sobre as crenças equivocadas que a maior parte da população tem em relação a prosperidade financeira, eles constataram que a maioria das pessoas acreditam que os grandes milionários são pessoas que vieram de família rica, quando na verdade, as pesquisas comprovaram que os grandes milionários são empreendedores que tentaram e fracassaram várias vezes, até conquistar o que desejavam. Um excelente exemplo disto é o Silvio Santos, um simples vendedor de canetas que se tornou dono de uma das maiores emissoras de TV do Brasil. Logo, não é verdade que as pessoas mais bem sucedidas tiveram a melhor origem ou os melhores recursos, mas elas acreditaram que mereciam e podiam conquistar o que desejavam.
Portanto, não são necessariamente nossos recursos e circunstâncias que determinam os nossos resultados, mas sim nossa autoconfiança que é resultado de nossa crença de capacidade. Em outras palavras, a crença de capacidade está relacionada ao quanto acreditamos ser capaz de realizar ou conquistar algo que desejamos ou precisamos fazer.
A origem de muitos transtornos emocionais como melancolia, ansiedade, desespero e etc., tem origem nesta falta de crença de que se é capaz de lidar com as adversidades, de resolver problemas ou suportar desafios. Pessoas com baixa crença de capacidade, tendem a se desesperar diante de situações desafiadoras e assim surge o desequilíbrio emocional, que por sua vez afeta o funcionamento saudável da mente, comprometendo a conquista de resultados assertivos.

Como já citei anteriormente no artigo O segredo da mente vencedora, os psicólogos Edward Deci e Richard Ryan apresentaram estudos sobre o poder da crença nos resultados que as pessoas obtêm em suas vidas, apontando que o efeito das crenças é superior ao contexto social e a existência ou ausência de recursos. De modo que, pessoas que acreditam ser incompetentes diante das situações tendem a apresentar má adaptação e baixa motivação, que são resultado de uma visão pessimista diante da vida e das circunstâncias, tendem a culpar a si mesmas e a outras pessoas pelos importunos que lhe ocorrem, adotando o comportamento que nomeamos de “impotência aprendida”.
Ao operar neste modo, as pessoas passam a encarar o fracasso como algo provável e a enxergar as conquistas, realizações e o sucesso como algo muito difícil e improvável, limitando-se a viver em “modo de sobrevivência”, porque de alguma maneira, sentem que é o que são capaz de obter da vida.
Existe uma frase atribuída a Henry Ford que eu uso com bastante frequência e que me ajuda a definir este tópico, ela diz: Se você pensa que pode, se você pensa que não pode. Você esta certa!

Quando não acreditamos ou deixamos de acreditar que somos capazes de ser, ter ou fazer algo, nos tornamos inseguras e por consequência ousamos pouco, deste modo, nossos resultados tendem a cair e isto reforça a nossa crença de incapacidade, o que nos prendemos a um ciclo do fracasso, por não acreditarmos em nossa autoeficácia, em nossa capacidade de realizar.


Quais são os caminhos para ampliar a autoestima?

Ao compreendermos a questão da autoestima sob este ponto de vista mais amplo e a explorarmos como uma crença que temos de identidade, merecimento e capacidade, podemos sim compreender que sendo uma crença, a autoestima está definindo os nossos resultados, visto que se eu acredito que sou relevante, que mereço e sou capaz, vou olhar para os obstáculos buscando soluções, traçando planos e não vou me preocupar em demasia, pois sei que sou capaz de superar. No entanto, se minhas crenças pessoais são negativas, ou seja, se tenho baixa autoestima, me torno “presa fácil”, pois tendo a me vitimizar diante dos desafios e a focar em demasia em minhas fraquezas e nos perigos que se apresentam diante de mim.

Posto isto, torna-se claro que a autoestima é um fator primordial para o sucesso em qualquer área da vida, sem resolver as questões que temos com a mulher do espelho, nenhuma outra questão será resolvida. Quando fizermos as pazes com quem somos, acreditarmos que somos dignos de todo bem que o mundo e as pessoas podem nos oferecer e que somos capazes de chegar lá! Então, estaremos prontos para colher os melhores frutos.

E é justamente nos momentos mais desafiadores, nas grandes crises, que estas crenças farão toda a diferença, determinando se ficaremos paralisados, tomados pelo medo ou se nos conectaremos a nossa força para mudar o que for preciso, reagir e seguir em frente.

Existem alguns recursos que você pode começar a adotar hoje, para sair deste processo de “impotência aprendida” e migrar para um novo modo de funcionamento a partir de crenças mais positivas, que chamamos de “otimismo aprendido”. Hora, se você aprendeu a enxergar a si mesmo de forma negativa, também pode treinar sua mente e adotar novos hábitos e então enxergar-se de forma mais positiva. Os sete passos fundamentais para desenvolver uma autoimagem positiva e ampliar a autoestima são:  

  • Conheça quais são suas forças: Você precisa saber quem você é, no que você é bom. Precisa identificar quais são as virtudes mais admiráveis em seus valores e comportamentos, precisa saber quais são as coisas que você faz bem, suas principais habilidades e competências. Para isto, observe-se, preste atenção nas coisas que te parecem fáceis e que te dão maior prazer, ouça também as características positivas que as pessoas costumam atribuir a você, como costumam te reconhecer;
  • Valorize os seus sonhos: Sonhos são aquelas ambições que você nutre sobre quem você gostaria de ser, ter ou fazer, eles revelam muito sobre as coisas que são realmente importantes para você e muito provavelmente te conectam ao seu propósito de vida. Ouça com maior atenção quais são os pedidos que o seu coração te faz, avalie possíveis caminhos para alcançar estes sonhos;
  • Tenha um propósito claro: A partir da compreensão de quem você, quais são as suas forças e do que deseja para a sua vida, será possível construir a sua visão de futuro. Propósito é esta visão clara sobre para onde você está caminhando, o que está construindo na vida e qual legado deseja deixar. Ter esta clareza de visão, te trará um senso de significado e relevância no mundo que contribuirá com a ampliação de uma imagem mais positiva sobre si mesmo e portanto, com uma maior autoestima;
  • Cuide do seu corpo: O seu cérebro interpreta e dá significado a tudo que ele vê, portanto, a imagem que você projeta no espelho diariamente, esta sim afetando a visão que você tem sobre quem você é, e isto não tem relação com estética, mas com autocuidado. Se você projeta uma imagem de desleixo, sua crença de identidade, merecimento e capacidade está sendo prejudicada. Portanto, cuide do seu corpo, como quem cuida do seu principal instrumento, afinal, é isto que ele é. Tenha como primeiro hábito o seu toalete matinal, um banho relaxante, um creme hidratante, arrumar os cabelos, uma roupa alinhada, um perfume agradável… todos estes autocuidados manifestam amor próprio e contribuem com a sua autoestima.
    Além disto, a prática de atividade física, a alimentação saudável e a hidratação adequada, contribuem com o bom funcionamento do seu organismo,  além de contribuir com a sua energia e assertividade, favorecendo assim o alcance de resultados positivos, que por sua vez irão reforçar sua crença de capacidade;
  • Perdoe a si mesmo, aos outros e as circunstâncias: Enquanto você estiver se olhando sob a perspectiva da culpa, você se prenderá em um ciclo de autossabotagem, que te tornará incapaz de grandes realizações. No entanto, quando você aceitar que você fez o melhor que pode com os recursos que tinha e dentro do que sabia fazer, você se tornará capaz de caminhar em direção aos seus sonhos, pois livre da culpa, acreditará que merece. De igual modo, ao perdoar o que as outras pessoas te fizeram, você se livrar de pesos, de amarras que tendem a te paralisar, a roubar sua atenção e foco. Mas não são apenas pessoas que precisam ser perdoadas, as vezes precisamos perdoar a nossa história, as situações adversas que enfrentamos que pareceram ser injustas, que não gostaríamos de ter vivido. As vezes, precisamos aceitar e seguir em frente, isto também é perdão!
  • Nutra emoções positivas: As memórias são o combustível das crenças, portanto, se você quer construir crenças mais positivas sobre você, precisa acessar as suas melhores memórias. Você pode criar um álbum de dias felizes, momentos de conquistas e realizações ou simplesmente fechar os olhos e visualizar momentos positivos, resgatar lembranças em uma espécie de meditação. Alimentar sua mente com emoções, sensações e lembranças positivas fortalece a sua crença de identidade, merecimento e capacidade. Traga a memória as coisas que podem te trazer esperança!;
  • Seja otimista: Diante das circunstâncias, quando os pensamentos negativos surgirem, questione, treine sobrepor cada pensamento negativo com pelo menos três possibilidades de leitura positivas da situação. Faça o mesmo com as suas lembranças, para cada memória de dor, de fracasso, resgate pelo menos três memórias positivas de coisas que deram certo, de momentos agradáveis. Enxergar o lado positivo da vida e das circunstâncias é um exercício, um treino que podemos impor ao nosso cérebro para que se torne um hábito em nossa rotina.  E não hesite em buscar ajuda especializada se precisar de suporte para revisitar a sua história com este novo olhar e reestruturar suas crenças a fim de ampliar a sua autoestima e sua consequente, sua capacidade de conquista e realização. 
Por fim, preciso te dizer, que você, assim como todos os seres humanos, é um grande potencial de realização, que você não precisa ser diferente, você é suficiente. Precisa apenas livrar-se de tudo que limita a sua conexão com o seu verdadeiro potencial! 

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Construa uma vida autêntica!

Em amor,

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