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A Raiz de Rejeição - Escapando da escravidão da rejeição e experimentando a liberdade da aceitação de Deus, é uma obra de Joyce Meyer, de fácil leitura, com apenas 122 páginas e letras garrafais. Confesso, que a estrutura da obra deixa um pouco a desejar, me parece que era um conteúdo bastante objetivo que tentou-se tornar mais volumoso e isto acabou resultando em um livro com um roteiro desestruturado. Ainda assim, o  conteúdo é bastante relevante e gera reflexões significativas e válidas para qualquer pessoa.

Ao produzir esta resenha, busquei estruturar o conteúdo de forma didática e organizada, sem contudo deixar de ser fiel a mensagem original da autora.

No prefácio, Joyce apresenta uma metáfora em que defende que a qualidade do fruto de uma arvore depende do local onde a sua raiz está firmada, de igual modo, o fruto em nossa vida tem origem onde estivermos enraizados.

O fruto em nossa vida tem origem onde estivermos enraizados. _ Joyce Meyer

Segundo a autora, ninguém passa pela vida, tendo escapado totalmente da rejeição, portanto, a maioria de nós esta com a raiz neste lugar chamado rejeição e dando frutos que refletem esta dor. 

Dentro do contexto da obra, a palavra rejeição, significa, ser descartado e desprezado como não tendo valor. Logo, pessoas que se sentem rejeitadas, tem a sensação de que não são quistas, não são apropriadas e nem relevantes.

Joyce afirma que milhões de pessoas em todo o mundo sofrem a dor da rejeição por diferentes motivos. 

Sintomas da raiz de rejeição

Uma vez que a raiz de rejeição leva as pessoas a se sentirem sem valor e indesejadas, para reagir a este sentimento e se proteger, elas tendem a adotar alguns comportamentos, que aqui estamos chamando de "sintomas da raiz de rejeição".

Se nos sentimos mal interiormente, tentaremos fazer algo exterior para compensar o problema. _ Joyce Meyer

Entre os principais sintomas da rejeição citados em sua obra estão:

  • Senso de valor relacionado a performance: De acordo com Paul Tournier - médico, conselheiro e autor da obra Creative Suffering, 75% dos maiores líderes e empreendedores do mundo, tem algo em comum, ou a experiência de terem sido órfãos, ou vítimas de abuso e maltrato. De modo que, a sua busca constante por sucesso, seria na verdade uma tentativa de reparar o quanto se sentiram indignos desde sua infância.
    Estas pessoas relacionam o seu valor ao sucesso que obtém na vida, elas são o que fazem e o que conquistam, portanto, lutam incansavelmente para conquistar mais e mais.
    Como o senso de valor esta relacionado a performance e as realizações, tendem a ter dificuldade de lidar com críticas, logo, quando alguém fala sobre algo que fizeram, consideram isso um ataque pessoal;
  • Senso de valor relacionado a perfeição: Segundo Joyce, os perfeccionistas, são pessoas com um senso de responsabilidade superdimensionado, que as leva a sentir-se culpadas a todo momento, tendo dificuldade de lidar com os seus erros e caindo de forma recorrente em processos de autocritica e autopunição. Perfeccionistas tendem a sentir-se exaustos, pela tentativa desgastante de concertar a si, aos outros e as circunstâncias, evitando a todo custo a vulnerabilidade para se sentirem dignos de algo, e assim, se sentirem aceitos e pertencentes.
    Por assumir em excesso a responsabilidade para si, os perfeccionistas tendem a se sentirem culpados por todos os importunos que acontecem.
    Tendem a sabotar o próprio sucesso, a menos que se sintam perfeitos e dignos, pois acreditam na meritocracia, recebem o que merecem pelo quão perfeito são.
    Esta busca por perfeição, tende a se estender para os relacionamentos, gerando expectativas irrealistas e a consequente frustração que culmina em fuga, no término constante de relacionamentos, na dificuldade de avançar em intimidade;
  • Senso de valor relacionado a aprovação de terceiros: Pessoas que se esforçam muito para agradar aos demais, para ser e fazer o que esperam, afim de receberem validação e se sentirem queridas, são pessoas que vivem para agradar e estão presas a opinião e a aprovação de terceiros. Curiosamente, estas pessoas tendem a atrair justamente o contrário e quanto mais buscam aprovação, mais se anulam e acabam tendo em sua vida pessoas que as criticam e reprovam.
    Estas pessoas, tendem a se sentir frustradas ou por acharem que estão abusando de sua boa vontade, ou ao contrário, por sentirem que não estão aceitando suas ofertas carinhosas, isto porque, tendem a oferecer ao outro em excesso o que desejam receber, mas, nem sempre isto é também o que o outro deseja pois acabam projetando suas carências nas outras pessoas e as sufocando, são pessoas que frequentemente passam do limite. São pessoas que oferecem em excesso na tentativa de receber amor;
  • Falta de Autoconfiança e Sentimento de Inferioridade: A pessoa insegura, é instável e incerta, ela foca sua atenção em suas faltas e em seus medos, tornando-se negativa, justamente por acreditar que sua proteção está em seu trabalho, em seus recursos financeiros, em sua aparência e validação dos outros, sentem-se inseguras a menos que tenham tudo isto sobre controle, e como na maioria das vezes não tem, entram em crise;
  • Escapismos: Pessoas escapistas, são aquelas que adotam comportamentos de fuga da realidade, para fugir da dor que o sentimento de rejeição produz, deste modo, tendem a sonhar acordadas vivendo em um mundo mental paralelo e ilusório ou mergulhando em vícios de álcool, drogas, excesso de televisão, jogos e trabalho;
  • Rebelião, Competitividade e Necessidade de Controle: Pessoas que se sentiram maltratadas e abusadas, sentem raiva e podem expressar esta raiva na forma de rebelião ou na necessidade de controle, afim de certificar-se de que não serão mais abusadas, então, buscam se manter no poder e impor sua força. Pessoas controladoras, não aceitam ser contrariadas, pois sempre que alguém discorda de sua opinião, se sentem rejeitadas.
    Os rebeldes ou controladores, tem dificuldade de entender a sua identidade como algo separado de suas ideias e tendem a articular ações de vingança para tornar as outras pessoas tão miseráveis como elas se sentem. Ou podem, usar da agressão verbal para ofender e provar que tem razão, mantendo-se em uma posição de superioridade.
    Outro comportamento que pode ser adotado neste mecanismo de defesa é o de fingir que não se importa com o que as pessoas fazem, adotar uma postura vencedora e inabalável, buscando ser forte a todo custo;
  • Dificuldade Financeira: Muitas pessoas vivem na pobreza material porque tem uma imagem pobre de si mesmas. Não se sentem dignas de ter alguma coisa, então, não conseguem conquistar e vivem se sabotando;
  • Necessidade Excessiva de Atenção: Pessoas carentes, tende a ter necessidade de atenção imediata e constante, é possível por exemplo,  que ao entrar em um ambiente, acredite que todas as pessoas naquele lugar não gostam dela, pelo simples fato de não ter recebido atenção imediata. Quando na verdade, as pessoas apenas não haviam notado que ela chegou;
  • Manipulação Emocional: Pessoas manipuladoras, buscam conquistar atenção, por meio da busca de suporte, melindre, doenças, vitimização, autopiedade, que gera uma necessidade constante de apoio de outras pessoas. Em outras palavras, estas pessoas tendem a se fragilizar para obter atenção do outro por meio de sua ajuda;
  • Desconfiança e Ciúmes: Os ciumentos são pessoas que tem medo de serem trocadas, justamente por não se sentirem suficientes ou boas o bastante. Tendem a ter dificuldade de confiar nas pessoas e precisam de provas constantes do comprometimento do outro e do quanto são de fato relevantes.

Enquanto estamos operando na dor da rejeição, com as nossas raízes nela, tendemos a sofrer de forma desnecessária, adotando sentimentos reativos a situações que julgamos como rejeição, mas que nem sempre, ou na maioria das vezes não são de fato. Afinal, nós lemos a realidade a partir de nossa própria dor, de forma que tendemos a não seguir o pensamento racional.

Há uma probabilidade de que aquilo que considera como mais rejeição não seja realmente o caso. _ Joyce Meyer.

Além disto, para fugir deste sentimento de rejeição, fazemos votos secretos, prometemos a nós mesmos que nunca mais passaremos pelas situações que deram origem a este sentimento. Esses votos, são promessas que fazemos a nós mesmos, promessas como "Eu nunca mais confiarei em ninguém", "Eu nunca mais amarei ninguém" e outros votos que nos impedem de viver uma vida plena, nos mantendo presos a nossa dor e ao ciclo da rejeição.

De modo geral, podemos afirmar que todo medo tem origem na rejeição, assim como a falta de esperança, a postura excessivamente defensiva, a competitividade negativa, o ciúmes, o perfeccionismo e todos os outros sintomas que vimos anteriormente.

Causas da raiz de rejeição

Quando pensamos em rejeição, imaginamos que este sentimento sempre terá origem em grandes eventos traumáticos, mas pequenas experiências negativas ou a soma delas, também podem dar origem a raiz de rejeição. Entre os principais estímulos causadores do sentimento de rejeição apontados por Joyce em sua obra, estão:

  • Gravidez indesejada;
  • Tentativa de aborto;
  • Criança nascidas com um sexo diferente do que os pais desejavam;
  • Crianças nascidas com deficiência, sejam problemas físicos ou dificuldade de aprendizagem;
  • Comparações com outros irmãos;
  • A morte de ambos ou de um dos pais;
  • Abuso físico, verbal, sexual e emocional;
  • Pais com problemas mentais (a criança tende a se sentir desamparada);
  • Ser vítima de doenças crônicas seguindo o nascimento, com hospitalização prolongada;
  • Rejeição por herança (pais que carregam raiz de rejeição e transferem isto para os seus filhos por não terem tratado este trauma;
  • Privação de amor;
  • Conflitos no lar;
  • Adoção;
  • Abandono:
  • Infidelidade no casamento;
  • Divórcio;
  • Rejeição de colegas;
  • Humilhação e Vergonha;
  • Traição.

Caminho de cura da raiz de rejeição

Joyce afirma que enquanto formos dominados pela dor, nunca desfrutaremos uma vitória duradora e o único caminho efetivo para cura da raiz da rejeição capaz de nos tirar deste lugar de dor e nos libertar para experimentarmos experiências positivas em nossa vida, é o amor perfeito de Deus.

Ainda que meu pai e minha mãe me abandonem, contudo o Senhor me acolherá. _ Salmos 27.10

Apesar de todos nós termos de algum modo experimentado a rejeição, de igual modo, todos nós experimentamos o amor de Deus, que nos acolheu em sua graça ao ser encarnado em forma humana, experimentando as nossas dores, sentindo como homem o nosso sofrimento e morrendo em nosso lugar em uma cruz, para tomar sobre si todas as nossas falhas e as nossas dividas espirituais, afim de nos reconciliar com Ele.

Porque eu estou persuadido, sem dúvida alguma, de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas iminentes, nem as coisas por vir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra coisa em toda a criação, será capaz  de separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. _ Romanos 8:38-39

Certamente, não somos rejeitados por Deus, o nosso Criador, nos aceita e nos ama, mesmo sabendo de todas as nossas limitações, pois Ele nos ama simplesmente por quem somos, pois somos parte Dele. É em Deus, através da pessoa de Jesus, que experimentamos o amor incondicional que pode nos curar da raiz de rejeição.

Temos disponível a única coisa de que verdadeiramente precisamos: o amor de Jesus Cristo. De fato, Sua opinião a nosso respeito é a única que realmente conta. _ Joyce Meyer

Joyce ressalta, o fato de que a Bíblia diz que somos árvores de justiça, portanto, a justiça deve ser o nosso fruto, mas para isto, nossas raízes precisam estar firmadas no amor de Deus por nós.

É no amor de Deus que nos livramos do sentimento de orfandade, que nos sentimos filhos do Pai das luzes, feitos a sua imagem e semelhança divina e pertencentes a grande família humana.

A cura provém das palavras que saem da boca de Deus, que dizem quem nós realmente somos.

Este sentimento de adoção de Deus e de pertencimento, traz segurança e consequentemente descanso. 

Ela também afirma, que este processo de cura, não é algo para ser vivido na eternidade, mas hoje, em nossa vida nesta Terra, é desejo de Deus que possamos dar bons frutos e tenhamos uma boa vida!

A nossa parte no processo de cura

Parte da cura, está na compreensão de que por meio da obra de Jesus Cristo na cruz, fomos enxertados na família de Deus, nos apropriamos de sua vida e eternidade novamente. No entanto, existe uma parte que cabe a nós, um exercício de busca pelo processo de cura, para romper estas raízes profundas de rejeição, que Joyce define como um processo de cooperação com Deus, para experimentarmos a libertação da escravidão da rejeição, em favor da liberdade que é fruto da aceitação que encontramos em Deus.

Devemos deixar que Deus remova as percepções erradas que colorem nosso pensamento e substituí-las por percepções corretas e divinas a respeito de nós mesmos e dos outros. _ Joyce Meyer

Este processo de cooperar com Deus envolve dois comportamentos, o primeiro é a capacidade de entregar-se a Deus e permitir sua ação em nossa vida, compreendendo que o seu Espirito Santo pode agir em nós, nos trazendo este sentimento de pertencimento a família de Deus e nos levando a conhecer e receber o seu amor.

Quando estamos entregues a Deus e confiantes em seu amor, nos sentimos protegidos e deixamos de nos manter no controle que nos prende ao medo do futuro e dos perigos da vida e nisto está a nossa paz.

E o Senhor respondeu: Pode uma mulher se esquecer do seu filho que ainda mama, de forma que ela não tenha compaixão do filho do seu ventre? Sim ela pode se esquecer, contudo Eu não me esquecerei de ti. _ Isaías 49.15-16

Joyce também explica que a perfeição é a vida de Deus em nós através do seu Espirito Santo e é Ele e não nós que pode produzir em nós os frutos de justiça, se as nossas raízes estiverem em seu amor. Quando permitimos que a vida de Deus flua em nós, nos tornamos livres do peso que a busca por perfeição nos impõe.

Realmente precisamos aprender a fazer a nossa parte e deixar Deus fazer a Dele! _ Joyce Meyer


O segundo comportamento necessário, consiste em ações conscientes, são elas:

  • Verbalizar as suas necessidades: Expressar aquilo que de fato queremos e precisamos, é  abandonar a expectativa de que as pessoas adivinhem do que precisamos, ao fazer isto, exercitamos a prática de expressar o que sentimos.
    Tendemos a ter dificuldade em pedir o que queremos justamente pelo medo de negarem o nosso pedido e experimentarmos novamente a rejeição, então, criamos a expectativa de que o outro tenha uma percepção aguçada o bastante para identificar espontaneamente o que precisamos.
    O medo da rejeição nos impede de sermos sinceros, mas, contraditoriamente acaba produzindo mais rejeição em nossa vida. Então, se queremos quebrar este ciclo, precisamos ser capazes de expressar os nossos desejos e necessidades para as pessoas com as quais nos relacionamos, seja um pedido de divisão de tarefas, de companhia, de apoio ou o que for. Seja sincero e verdadeiro;
  • Aceitar feedbacks de forma positiva: Abrir-se para receber feedbacks e exortações, sem associar isto ao seu senso de valor pessoal e portanto a uma nova rejeição, gera oportunidade de crescimento. Então, cheque sempre as suas percepções sobre as pessoas e as situações, lembrando que o sentimento de rejeição não significa que você está sendo realmente rejeitado.
    Questione e refute as suas leituras equivocadas das falas e comportamentos das pessoas com as quais você se relaciona;
  • Derrubar os muros de proteção: Os muros que criamos para nos proteger, impede as pessoas de se aproximarem, que vejam a nossa vulnerabilidade e nos impede de experimentar uma verdadeira entrega em nossos relacionamentos, nos mantendo em uma vida miserável de carência emocional. De fato, derrubar os muros de proteção, nos traz o risco de sermos feridos, mas não correr este risco, significa fechar-se para a vida e para os relacionamentos e viver a margem de si mesmo.
    Portanto, é necessário baixar a guarda, quebrar os votos secretos e permitir que as pessoas se aproximem de você, sem medo;
  • Buscar conhecimento: Investir em estudo, em busca de informação e dedicar tempo e esforço para compreensão do que for necessário neste processo de cura interior e isto pode significar ler livros sobre o assunto, fazer cursos, assistir palestras ou mesmo conversar com pessoas que já passaram por este processo;
  • Buscar a presença de Deus: Dedicar tempo a leitura da Bíblia, a oração, a comunhão com Deus e a conexão com o seu amor que nos mantém neste sentimento de pertencimento e aceitação.
    Além disto, sabendo a dor que a rejeição causa em nós, podemos também exercer a nossa empatia para com as pessoas solitárias, inseguras e desconfortáveis, oferecendo acolhimento. Quando não rejeitamos o outro, estamos quebrando este ciclo em nossa própria vida.


Ao longo do livro, Joyce compartilha diversas experiências pessoais que torna o conteúdo mais didático e aplicável, então, vale a pena ler!

Por fim, enquanto lia este livro, veio a minha memória a canção Poder Para Salvar da Aline Barros, que fala sobre o fato de que todos necessitam de um amor perfeito que só encontramos em Deus. Confira abaixo!


Em amor,

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