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Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou. Disse o Senhor a Caim: Onde está Abel teu irmão? Ele respondeu: Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão? E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama da terra a mim. És agora, pois, maldito por sobre a terra, cuja boca se abriu para receber de tuas mãos o sangue de teu irmão.
Quando lavrares o solo, não te dará ele a sua força; será fugitivo e errante pela terra. Então, disse Caim ao Senhor: É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua presença hei de esconder-me; serei fugitivo e errante pela terra; quem comigo se encontrar me matará. O Senhor, porém, lhe disse: Assim, qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o Senhor um sinal em Caim para que não o ferisse de morte quem quer que o encontrasse. Retirou-se Caim da presença do Senhor e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden.
Gênesis 4:8-16

Decidi me ater um pouco mais a esta passagem de Caim e Abel pois acredito que temos mais aprendizados a extrair desta história. A sequência e consequência dos fatos trazem significados relevantes que valem a pena serem avaliados.A Bíblia narra que quando Deus se agradou da oferta de Abel e não se agradou da oferta de Caim, dois sentimentos vieram sobre Caim, ele sentiu Ira e Tristeza, sentimentos que remetem a um pensamento prévio de Caim que estaria relacionado a ciúmes e inveja do seu irmão Abel.
O dicionário Aulete Digital define CIÚMES como um sentimento doloroso e complexo, que pode envolver tristeza, insegurança e hostilidade, gerado por medo baseado em motivos reais ou imaginários. O ciúmes seria também um desejo de que a pessoa amada não se relacione com outras pessoas, um desconforto em compartilhar pessoas do relacionamento que desperta a rivalidade pessoal.
A INVEJA por sua vez, seria um sentimento muito similar ao ciúmes, de modo que a definição para esta palavra seria, um misto de desgosto e ódio provocado pelo sucesso ou pelas posses de outrem.
Compreendendo o contexto da história e o comportamento de Caim, podemos afirmar que ele sentiu ciúmes do relacionamento entre Abel e Deus e também que ele sentiu inveja do sucesso de seu Abel por sua postura e entrega a Deus.
Compreendendo o que estava acontecendo no universo interior de Abel, podemos facilmente deduzir alguns pensamentos que poderiam estar passando pela mente dele, pensamentos como:
- Abel é o filho mais novo, o queridinho de todos, até Deus tem ele como o preferido;
- Abel esta sempre no meu caminho, tenho sempre que ser comparado com ele;
- Se Abel não existisse eu não teria que sofrer estas humilhações;
- O Abel é um problema em minha vida, se ele não existisse as coisas seriam bem melhor.
Diante destes e de outros possíveis pensamentos distorcidos que tiveram origem no ciúmes e na inveja, Caim sentiu tristeza por não ser o preferido, por não ser o melhor e sentiu raiva de Abel por ser tudo o que ele não era.
Ao nutrir estes pensamentos e os sentimentos resultantes deles, Abel acaba por planejar um jeito de solucionar o problema e voltar a ser o centro das atenções, livre do seu rival, desta forma, não seria mais comparado e não se sentiria mais humilhado. Ele decide então, tirar a vida do seu irmão, eliminar aquele que era alvo do seu ciúmes e da sua inveja.
Quantos pensamentos, sentimentos e comportamentos disfuncionais em uma só história...
As vozes da pulsão de morte falaram dentro da mente de Abel e ele as ouviu, não as questionou, não as resistiu, mas se deixou guiar por ela e aqui esta a nossa primeira lição: 
Quando ouvimos a voz da morte, sentimos morte e produzimos morte!
A bíblia narra que ao observar a tristeza e a raiva no semblante de Caim, Deus o alerta dizendo: Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia procederes mal, eis que o pecado jaz à porta. Deus estava mostrando a Caim a origem do problema, revelando que era ele quem precisava mudar o seu comportamento e ao mudar o seu comportamento, os seus resultados também seriam transformados.
No entanto, Caim não ouviu a voz da pulsão de vida, Ele não se atentou a orientação de Deus e direcionou a culpa do resultado negativo que ele estava vivendo para o seu irmão.
E aqui temos a nossa segunda lição:
O ciúmes e a inveja nos fazem transferir a raiva que sentimos de nós e a nossa culpa para o outro!
Caim estava transferindo a culpa pela rejeição que havia recebido ao seu irmão e assim compreendeu que eliminar o seu irmão resolveria o seu problema, afinal, seu irmão era o motivo dos seus problemas.
A consequência disto tudo, foi que Caim acabou cometendo um crime de sangue, ele planejou e executou a morte de seu irmão. E mesmo após executar este crime terrível, ele continua sentindo raiva, de modo que, quando Deus o pergunta sobre o seu irmão e responde de forma malcriada a pergunta de Deus. Imagino que neste momento o que passou na mente de Abel foi algo como: Mas será que nem mesmo morto Abel deixará de estar entre eu e Deus?
Caim estava tomado pelos mecanismos do ego, completamente imerso em raiva e vitimado por sua insanidade, mas Deus o diz: O que fizeste? És agora maldito sobre a Terra!
E lá estava novamente o homem cometendo uma infração e recebendo sua sentença, ele pecou contra a vida, deixou a morte vencer dentro dele e o que ele colheu foi mais morte, mais roubo e mais destruição. Quando ele caiu em si e percebeu que seria perseguido, que desejariam matá-lo, Deus então, o expulsa da sua presença enviando-o para outra Terra.
Hora, quando Caim matou Abel, ele queria na verdade matar o seu sentimento de inferioridade, de rejeição, o seu medo de não ser bom o bastante, em outras palavras, ele queria se sentir aceito, importante, ele queria ser bom o bastante. No entanto, ele não obteve o resultado que ele desejava, mas na verdade, ele recebeu mais do que ele temia.
Ao matar o seu irmão para deixar de ser comparado, para deixar de ser rejeitado, o que ele conquistou foi uma marca perene sobre a sua testa que o excluía da sua sociedade e ele se afastou ainda mais da presença de Deus. E aqui temos nossa terceira lição:
Todas as soluções propostas pelo nosso ego são equivocadas!
A voz do ego, é a voz do nosso inimigo interior e sempre que a ouvimos obtemos roubo, morte e destruição, o ego é disfuncional, é equivocado e não é capaz de nos propor boas estratégias ou soluções assertivas. Isto porque, o ego, é alimentado pelo nosso medo, é a voz da morte dentro de nós.
E como seria se diante desta mesma situação Caim tivesse ouvido a voz da vida? Como seria se ele tivesse se atentado a orientação de Deus de que não era culpa do seu irmão, de que ele precisava mudar o seu comportamento e fazer o que era certo e que desta maneira ele teria bons resultados?
Bem, se Caim tivesse olhado para o comportamento de seu irmão com bons olhos e visto o quanto Deus se agradava daquilo e decidido aprender com tudo isto, pedindo perdão a Deus, ouvindo e seguindo o exemplo de seu irmão, ele teria agradado a Deus e teria sido aceito por Ele.
Se Caim tivesse ouvido a sua sabedoria interior que provém dos frutos do Espírito que habita em nós, ele teria decidido se arrepender e mudar o seu comportamento. Porque a voz da vida produz vida abundante.
Porque Caim olhou a situação de forma distorcida, com um olhar de morte, ele produziu e colheu morte sobre si mesmo. Esta é a consequência do pecado, tivemos os nossos olhos contaminados e porque vemos a nós, ao outro e as circunstâncias de forma distorcida, nós temos pensamentos distorcidos que nos levam a comportamentos destrutivos.
Que excelente oportunidade de olharmos para nós mesmas a história de Caim nos traz...
Quantas vezes nos iramos contra aqueles que se saem melhor do que nós, que parecem ter melhores relacionamentos ou estarem bem. Quantas vezes nos sentimos inferiorizadas e transferimos a culpa deste sentimo ao outro, desejando a sua destruição.
Caim cometeu um crime de sangue e ainda hoje existem pessoas agindo como ele, mas existem também aqueles que não tiram a vida, mas promovem o tropeço do outro por invejá-lo.
Nós estamos sendo canais de morte, roubo e destruição sempre que falamos mal de alguém com desejo de denegrir a sua imagem, quando espalhamos boatos, quando distorcemos o que foi dito, quando desejamos o mal, quando nos alegramos com o fracasso, quando julgamos alguém por seu sucesso, quando desejamos o que é do outro.
Sim, a tentação que visitou Caim ainda nos visita nos dias de hoje e talvez com maior intensidade, porque agora temos a mídia, temos as supostas vidas perfeitas dos artistas e as redes sociais com tanta aparência de sucesso e felicidade e tantos outros canais que induzem a comparação, ao sentimento de inferioridade e rejeição e que nos lançam na teia do ciúmes e da inveja.
O ciúmes e a inveja, são uma distorção do que deveria ser admiração e respeito, é o mal afetando nosso olhar e nossos pensamentos.
Cabe aqui então um alerta, para não cairmos nesta cilada, para não nos deixamos enganar pelos pensamentos que nos visitam a ponto de que nosso orgulho nos faça ver o outro como culpado.
Caim preferiu culpar e punir a seu irmão, do que reconhecer sua própria culpa e se arrepender.
Que não seja preciso sermos afastadas da presença de Deus e rejeitadas por Ele para aceitarmos olhar para a verdade sobre os fatos, para admitirmos nosso erro e nos arrependermos!

Pergunta para refletir:
- Será que você tem produzido morte na vida de alguém por sentir ciúmes e inveja desta pessoa?
- Qual é a culpa que o seu ciúmes e a sua inveja escondem?
- Quais novos comportamentos você pode adotar a partir de hoje para assumir as suas responsabilidades, livrar-se do sentimento de tristeza e de raiva, para então aproximar-se da vida e da presença de Deus?
- Será que você precisa pedir perdão a alguém que você feriu por inveja?

Versículo para memorizar:
São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!
_ Mateus 6:22-23

Oração:
Deus, nosso Pai. Purifica os meus olhos para que eu veja o bem, que eu avalie a mim mesma, as outras pessoas e as circunstâncias com as lentes do Teu Espírito e que receba sobre mim a Tua sabedoria, de modo que a Tua vida abundante seja manifesta em meus pensamentos, emoções e comportamentos.
Dá-me a humildade de reconhecer as minhas falhas, me arrepender e corrigir os meus comportamentos equivocados, sem transferir a minha culpa para outras pessoas, nem odiar os meus semelhantes.
Me ensina a amar a mim mesma e ao meu próximo de tal maneira, que eu me sinta feliz por seu sucesso, tendo consciência de que somos todos parte da grande família de Deus e não deve haver rivalidade entre nós.
Livra-me das tentações e do mal e guia-me pelos caminhos eternos. Em nome do Teu filho Jesus. Amém!

Declaração de fé:
Eu me alegro com as conquistas e vitórias dos meus semelhantes e assumo a responsabilidade pelos meus erros, me arrependo e me converto dos meus maus caminhos sempre que os identifico.


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