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E disse Lameque às suas esposas: Ada e Zilá, ouvi-me; vós, mulheres de Lameque, escutai o que passo a dizer-vos: Matei um homem porque ele me feriu, e um rapaz porque me pisou.
_ Gênesis 4:23

Lameque era descendente de Caim e sua leitura das circunstâncias era semelhante a este seu antepassado. Veja, Caim sentiu ciúmes e invejou o seu irmão e então o matou, mas como vimos na devocional anterior, podemos observar que por trás daquele comportamento violento, existia uma dificuldade em reconhecer a própria culpa, uma dificuldade em admitir que estava errado e se retratar. A limitação de Caim era superar o seu próprio orgulho e assumir-se culpado.
O dicionário Aulete Digital define ORGULHO como admiração excessiva de si próprio, soberba, altivez e brio - que também pode ser compreendido como vaidade.
Em outras palavras, o orgulhoso é um autocentrado, ele esta como prioridade de si mesmo, buscando os seus próprios interesses e satisfação. O orgulho é contrário ao amor, pois ele trabalha em seu próprio favor, prefere ferir o outro a retratar-se ou talvez igualar-se ao outro.
Lameque viveu no tempo que chamamos de pré-história bíblica, e sua declaração revela a mentalidade que provavelmente norteava sua geração, assim como Caim, ele era um homem orgulhoso. A história narra que ele chegou em sua casa e contou as suas esposas que matou dois homens, um porque o feriu e o outro porque o pisou. 
Vemos claramente os valores de Lameque revelados em sua declaração, para ele era importante preservar a sua honra, era importante lutar pelo seu brio e não deixar que nenhum homem estivesse acima dele. Logo, aqueles que o feriram foram mortos, de modo que, sua honra era mais importante do que a vida do outro.
Vimos que, fomos projetadas para sermos interdependentes, mas ao recebermos sobre nós a pulsão de morte, aquelas que eram as nossas virtudes divinas - fruto da vida de Deus em nós, sofreram distorções e então, nasceram em nós, pensamentos distorcidos e vícios emocionais . Os nossos relacionamentos deixaram de ser de conexão e passaram a ser relacionamentos de domínio. 
Certa vez ouvi uma mensagem que dizia que eramos "nós", mas após a queda, nos perdemos, nos desconectamos e passamos a ser "eu", isto me parece fazer muito sentido e explicar muitos dos nossos problemas de relacionamentos.
Lameque assim como Caim matou ao outro, mas não foi capaz de matar o seu ego, não foi capaz de se aceitar-se falho e limitado, de arrepender-se.
Certa vez conversando com Nicodemos Jesus afirma que alguém que não tenha nascido de novo, não poderá ver o reino de Deus. Aquele homem se assusta, refletindo sobre como seria possível a um homem nascer de novo, seria possível voltar ao ventre de sua mãe?
Então, Jesus lhe explica que o homem deve nascer da água e do Espírito, porque quem é nascido da carne (ego) é carne (ego), porém, aquele que nasce do Espírito é Espírito (João 3).
Que profundo este ensinamento de Jesus a Nicodemos, Ele estava revelando que para ver a Deus é necessário que o homem experimente uma morte, a morte do seu ego e de todos os frutos que ele produz. Ocorre que, nosso ego é parte do que conhecemos sobre nós, é quem estamos habituadas a ser, ou quem acreditamos ser, e matar essa parte que conhecemos como quem somos pode ser algo assustador, pois de algum modo, esta forma de funcionar é a que nos parece adequada, a que nos traz a sensação de segurança.
Muitas vezes ao longo do processo de coaching, a medida em que as mulheres identificam em si comportamentos egoicos e processos de autossabotagem e começam a rejeitar este tipo de comportamento, elas dizem, estarem se sentindo perdidas, não saberem mais ao certo quem são, algumas se assustam e chegam a pausar o processo, optando pela fuga da transformação que elas sabem ser necessária, mas que temem viver. No entanto, aquelas que persistem e se entregam a este processo de "morte", experimentam novidade de vida, pois tornam-se capaz de acessar a sua luz interior!
A verdade é que, nós temos medo de mergulhar no Eu Essencial, passamos tanto tempo como escravas de nosso ego, agindo de forma reativa a nossos pensamentos automatizados, que nos perdemos de nós mesmas.
Mas Jesus ensina, que o reino dos céus pertence as crianças e que aquele que não receber o reino dos céus semelhante a uma criança, não verá a Deus! (Lucas 18:16-17).
Existe alguém que precisamos deixar de ser para receber o reino de Deus, para resgatarmos a nossa criança interior, a nossa essência, é preciso morrer para o nosso ego e então renascer pelo Espírito.
Jesus nos ensinou, que nossa guerra não é contra ninguém, é na verdade contra o nosso inimigo interior, a único que precisa morrer somos nós mesmas, para então renascer em uma nova versão, aquela que vence a pulsão de morte todos os dias e esta conectada a sua sabedoria interior - a pulsão de vida que foi plantada pelo próprio Deus em nós.
Precisamos acessar a nossa criança interior, precisamos deixar fluir em nós o Espírito de Deus e experimentar este processo de resgate de nossos valores originais.
Confiamos em demasia na astúcia do nosso ego, mas o apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos orienta que devemos ser excelentes para o bem e inocentes para o mal (Romanos 16:19).
A pratica da vida espiritual é justamente este processo de "morte", em que abandonamos o nosso antigo e equivocado modo de ser, em favor de uma versão otimizada que passa a ganhar espaço dentro de nós.
A cada dia em que me dedico a estudar as escrituras, a estar na presença de Deus, o que sinto dentro de mim é este misto de dor e prazer, ao passo que provo o desconforto de abrir mão do meu ego e a alegria de sentir a paz de Deus dentro de mim tornando todas as demais coisas menos relevantes.
Faço minhas as palavras do apóstolo Paulo em sua carta aos Filipenses que diz: 
Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. _ Filipenses 3:13-14 
O conflito entre o bem e o mal sempre existirá dentro e fora de nós, porém, sempre teremos a opção de vencer o mal com o bem e assim dominar nosso ego.
Quero te inspirar a tomar esta decisão de abrir mão do seu orgulho e aceitar-se limitada, a não se importar tanto com a sua honra, mas antes, permitir-se ser vulnerável e perdoar, ou talvez pedir perdão.
Quero te inspirar a não mais condenar o outro em favor do seu ego, a não produzir mais frutos da carne, mas a permitir-se experimentar da manifestação da vida de Deus em você sendo excelente para o bem e inocente para o mal!

Versículo para memorizar:
A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. 
_ João 3:3

Perguntas para reflexão:
- O que precisa morrer dentro de você para que a essência de Deus possa nascer?
- Você acredita de verdade no Reino de Deus, a ponto de abrir mão de algo que te custe para ser quem Ele te projetou para ser?
- Como você pode lidar de uma maneira mais espiritual com as pessoas que te ferem sem usar as artimanhas do ego?

Oração:
Deus, nosso Pai.
Ajuda-me a identificar em meus pensamentos, emoções e comportamentos, aquilo que é fruto da morte que existe em mim, pois eu escolho mortificar o meu ego e renascer do Teu Espírito, resgatando em mim a sua semelhança, como era o seu projeto original.
Oro para que as minhas emoções sejam curadas, de modo que eu vença o orgulho e seja capaz de assumir a responsabilidade por minhas escolhas, sem buscar culpados ou praticar o mal contra os meus semelhantes.
Eu me arrependo por todas as vezes em que deixei as obras do ego vencerem sobre as obras do espírito e decido hoje agir de um novo modo, deixando que o Reino de Deus seja manifesto em minha vida.
Em nome de Jesus. Amém!

Declaração de fé:
Eu sou nascida da água e do Espírito de Deus!


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