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Abel foi pastor de ovelhas, e Caim lavrador. Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, descaiu-lhe o semblante. Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que será aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.
Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou.
_ Gênesis 4:2b-7

Ao provar do conhecimento do bem e do mal no jardim do Éden - a pulsão de morte, o mal passou a coabitar com a vida de Deus no homem e a guerra interior entre vida e morte se tornou uma realidade.
Caim não ofereceu o seu melhor a Deus, e então Deus o rejeitou, mas ao invés de arrepender-se do que havia feito e buscar concertar-se, ele ficou triste com Deus e irado com seu irmão por ser superior a ele em algo.Deus percebendo o semblante de Caim o adverte, a respeito de que ele não deveria esperar bons resultados procedendo de forma negativa. Porém, se ele tivesse procedido da maneira correta, ele teria sido aceito por Deus. Bons resultados, exigem bons comportamentos.
Esta afirmação nos ensina que Deus aceita a todos nós com igualdade, porém, julga e a reage aos nossos comportamentos. E os comportamentos maus, aqueles que são fruto da carne, da pulsão de morte que existe em nós, estes são os comportamentos que Deus rejeita.
Mas adiante, Deus diz a Caim, que os desejos dele, seriam contra ele, ou seja, seus pensamentos e emoções de fato sofriam interferência do pecado (pulsão de morte) que nele habitava. No entanto, Deus faz uma importante afirmação "cumpre a você dominá-lo".
Shirzad Chamine, doutor em neurociência, em sua obra Inteligência Positiva, afirmou que, a não ser que enfraqueçamos nossos próprios inimigos internos, eles farão o melhor que puderem para roubar de nós qualquer melhoria. Segundo este autor, existe dentro de nós um inimigo interno formado por um conjunto de padrões mentais automáticos e habituais, cada um com sua própria voz, crença e suposições que trabalha contra o que é melhor em nós. Ele explica, que cada um de nós desenvolve processos de autossabotagem desde a infância como um mecanismo de sobrevivência inconsciente, ou algumas vezes consciente, mas equivocado, que nos fazem acreditar que determinados pensamentos, emoções ou crenças trabalham a nosso favor, quando na verdade, nos sabotam.
Imagino quantos destes processos mentais automáticos de autossabotagem se iniciaram na mente de Caim quando ele observou que Deus preferiu o comportamento de seu irmão Abel. Ele provavelmente pensou que Deus era injusto, que Abel era exibido, ambicioso, trapaceiro ou que talvez, Abel o impedia de estar no centro, de ser o melhor, o querido, o destaque. Ora, Abel era o filho mais novo, e a pulsão de morte dentro de Caim provavelmente estava dizendo em sua mente que Abel havia tomado o seu lugar e que ele era um problema.
Quando Caim deu ouvido a esta voz proveniente do seu inimigo interior, do pecado que nele habitava, ele se encheu de ira e planejou fazer mal ao seu irmão. Caim abandonou a vida e a luz de Deus dentro dele ao ser tomado pelo desejo de vingança, pelo ciúmes e inveja de seu irmão.
Mas, Caim tinha escolha em relação a estes pensamentos e sentimentos que o tomaram. O próprio Deus deixa claro que temos poder de escolha sobre a voz interior que iremos escutar, sobre os desejos aos quais nos submeteremos, de modo que, cabe a nós controlar, dominar, fazer escolhas.
Em Tiago 4:7 está escrito: Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. 
Dentro de seu estudo da mente humana, Shirzad Chaminé relata que é possível questionar e refutar os pensamentos sabotadores que vem a nossa mente e que também é possível fortalecer a nossa sabedoria interior a fim de enfraquecer a presença e eficácia do nosso inimigo interior.
Em sua carta aos Romanos o apostolo Paulo alertou para que não nos deixássemos vencer do mal, mas que antes nós o vencêssemos com o bem. Em outras palavras, eu diria que o bem e o mal existem dentro de nós e o mal nos fará desejar o que é mal, nos impulsionará ao erro. No entanto, o bem que existe em nós é capaz de vencer o mal se assim escolhermos.
Este processo de questionamento e refutamento do inimigo interior em favor da sabedoria e da vida, exige um treinamento mental e uma prática espiritual a fim de que a nossa verdadeira essência divina seja fortalecida dentro de nós. 
Em sua carta aos Deuteronômios 30:19 o apóstolo Paulo orienta: ... te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência. 
É possível mesmo diante da morte e da maldição, escolhermos a vida. É possível controlarmos os nossos pensamentos e assim impedirmos que o processo de autossabotagem se inicie dentro de nós despertando sentimentos negativos que resultarão em comportamentos equivocados.
Temos um recurso precioso em nosso mecanismo psíquico que é a nossa meta cognição, que de forma resumida é um mecanismo que avalia a forma como pensamos, nos tornando capaz de avaliar nossos próprios pensamentos, questionar e recusar ou aceitar. Ativar a nossa metacognição, nos livra do piloto automático que nos mantém em nossos ciclos de autossabotagem. 
Neste processo de ativação da nossa metacognição a confissão de pecados é um recurso muito importante, pois ao avaliarmos nossos atos, nos arrependermos e confessarmos, estamos criando novas conexões neurais que favoreceram novos comportamentos evitando que o antigo erro se repita.
Outro recurso importante, é termos em nossa mente pensamentos de vida, e neste sentido ler a bíblia e memorizar versículos chaves é fundamental, pois diante dos pensamentos destrutivos a palavra de Deus será nossa arma.
A Bíblia narra que quando Jesus foi levado ao deserto para ser tentado, o Diabo soprou em sua mente muitas tentações, que podem inclusive ter sido pensamentos. Porém, diante de cada tentação, Jesus se lembrou de um versículo bíblico e o citou para refutar a tentação e focar seu pensamento na vontade de Deus (Mateus 4).
Esta passagem que narra a tentação de Jesus, me parece ser um claro exemplo de um processo em que Jesus usou a sua metacognição para questionar os pensamentos de morte que vinham a sua mente e focar na vida de Deus que habitava dentro Dele. E Jesus só venceu porque tinha em sua memória palavras e pensamentos de vida que o alimentavam e o traziam recursos para questionar e rejeitar o mal.
Quanto a Caim, quando o seu inimigo interior soprou maus pensamentos em seus ouvidos, ele foi tomado por sentimentos negativos e então planejou o mal e pecou, cometendo crime de sangue contra o seu próprio irmão.
Uma importante lição final que precisamos tirar de toda esta história, é que não cabe a Deus nos afastar do que é mal e a nenhuma outra pessoa, a escolha será sempre nossa, a guerra interior, é uma guerra de escolha entre frutos da carne ou frutos do espírito. Entre vida e morte. Luz e trevas. 
Ocorre que, antes que a guerra se inicie em nossa mente, e estejamos diante da tentação, podemos escolher nos alimentar da vida de Deus por meio da prática espiritual, de modo a fortalecer os nossos pensamentos, emoções e o nosso espirito para que de fato sejamos capazes de dominar os nossos desejos maus e escolher a vida para vivermos!

Versículo para memorizar: 
Não se deixe vencer do mal, mas vence o mal com o bem. 
_ Romanos 12:21

Perguntas para reflexão:
-
Sua alma esta alimentada pela voz de Deus o bastante para que você seja capaz de refutar as vozes do ego? 
- Como você pode alimentar e fortalecer o seu espírito a fim de dominar a sua vontade quando ela for contra você?

Oração:
Deus, nosso Pai. Me ensina a ouvir e fortalecer a sua voz dentro de mim de modo que, todas as outras vozes sejam silenciadas a fim de que os meus pensamentos sejam sadios e produzam comportamentos de vida em meu corpo e em minha vida.
Que a sede e a fome pela sua Palavra seja fortalecida dentro de mim, que eu aprenda a dedicar cada vez mais tempo para estar em Tua presença, estudar a Tua palavra e ouvir a Tua voz.
Que a Tua Palavra seja viva dentro de mim, esteja sempre em minha memória e em meus lábios.
Em nome de Jesus. Amém!

Declaração de fé:
Eu escolho ser guiada pela voz e pela vida de Deus e manifestar em minha vida os frutos do Espírito.



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