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Fez também a pia de cobre com a sua base de cobre, dos espelhos das mulheres que se reuniam, para servir à porta da tenda da congregação. _ Êxodo 38:8

Espelho, espelho meu existe alguém mais bela do que eu?
Essa é a consagrada frase da história da Branca de Neve, um clássico da literatura infantil.
Na história, a rainha má - que era na verdade uma bruxa, consultava o espelho para admirar sua beleza e e para certificar-se de que não existia no mundo ninguém mais bela do que ela.
Acontece que certo dia quando o espelho lhe diz que existe sim uma donzela mais bela, a rainha fica irada e ordena que esta mulher seja morta. 
Consegue enxergar aqui alguma semelhança com a história bíblica de Caim e Abel
Se fosse Caim diante deste espelho, ele provavelmente perguntaria: Existe alguém mais amado do que eu? Ao que o espelho responderia: Sim Caim, Abel seu irmão é aprovado por Deus!
E o fim desta história já sabemos. Caim irou-se e matou seu irmão Abel.
Os arquétipos presentes nos contos, revelam muito sobre o nosso universo interior, refletindo de algum modo o funcionamento psíquico da humanidade, são portanto, muito utilizados como ferramenta na psicanálise, por refletirem uma memória coletiva inconsciente que existe em nós.
Os contos retratam o espelho como uma ferramenta para alimento da vaidade, um lugar para o qual se olha para admirar a própria beleza e para auto engrandecimento.
Foi assim também na história de Narciso, personagem mitológico que teria visto sua imagem refletida na água do rio e admirado-se dela apaixonou-se por si mesmo e foi consumido por sua vaidade.

Todos estes contos e mitologias nos apresentam uma forma de olhar a si mesmo que é proveniente do ego, fruto da pulsão de morte no homem. Curiosamente, a bíblia relata uma história muito parecida:

Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra, diante dos reis te pus, para que te contemplem. 
Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu, e te reduzi a cinzas sobre a terra, aos olhos de todos dos que te contemplam. _ Ezequiel 28:15

Esta é a história de Lúcifer, um querubim da guarda ungido, estabelecido por Deus que permanecia no monte santo de Deus, e andava no brilho das pedras preciosas. Ele estava no Éden e era perfeito em seus caminhos, até que elevou-se por conta de sua formosura e de seu resplendor e a iniquidade tomou o seu coração de maneira que ele profanou o santuário de Deus e foi expulso do Éden e condenado a ser consumido e destruído diante de todos (Ezequiel 28).
E aqui temos uma lição muito importante sobre um tipo de espelho que nos destrói, um tipo de espelho para o qual olhamos afim de nos vangloriarmos, de recebermos validação a respeito de nossa própria grandeza, um espelho de engano que apenas alimenta a nossa vaidade, um espelho que é o nosso próprio ego.
Lúcifer estava tomado pela iniquidade, pelo desejo de usurpar a glória de Deus tomando o seu trono, no entanto, o espelho da vaidade o mostrava apenas a sua beleza e o seu esplendor o fazendo acreditar que estava a altura de Deus, mas a verdade de Deus revelou quem ele realmente era em seu interior e a transgressão que havia sobre ele foi exposta diante de todos, o condenando a vergonha e a destruição.
Existe algo que nomeamos dentro das teorias da psicologia como "negação", a negação é um estágio que impede a mudança e do qual precisamos abrir mão para nos libertarmos de nossas mazelas. 
Quando um individuo esta em negação, ele foge da realidade, vendo aquilo que deseja em si, nos outros e nas circunstâncias e não a verdade sobre o que tudo isto é. Ocorre, que enquanto não saímos da negação e aceitamos olhar para nossas sombras e encarar a verdade tal como é, não conseguimos tratar as questões que nos prendem as doenças emocionais e psicológicas.
A pulsão de morte em nós, nos torna orgulhosos, não queremos olhar para nossas limitações, não queremos admitir nossos erros, e então, acusamos as circunstâncias e aos outros pelos importunos que vivemos.
Neste sentido, olhamos para o espelho, não para nos ver de verdade e nos corrigir, mas para projetar a mentira da qual nos alimentamos e assim saciarmos a nossa necessidade de grandeza.
Acho interessante que Deus tenha orientado a Moisés para construir a pia de água do tabernáculo com o cobre do espelho das mulheres. A pia era o local onde os sacerdotes lavavam os seus pés e as suas mãos para purificar-se antes de prestar serviço ao Senhor.


A pia do tabernáculo, representa a palavra de Deus que purifica (santifica) o homem ao revelar a verdade sobre as leis de Deus.
Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. _ João 17:17
Justamente o espelho, o arquétipo simbolo da vaidade que alimenta o nosso orgulho e portanto favorece o auto engano, foi a matéria prima escolhida por Deus para produzir a pia do santuário.
Esta me parece uma orientação muito simbólica, de que no templo de Deus para ser purificado o homem precisaria olhar para o espelho da verdade e este espelho é a palavra de Deus.
A verdade de Deus, nos mostra quem realmente somos e como estamos. É a palavra de Deus que nos apresenta a lei, o caminho da justiça e assim nos faz enxergar os nossos caminhos maus.
A mensagem do evangelho, é uma mensagem sobre arrependimento, que exige olharmos para um novo tipo de espelho, um espelho onde não existe engano ou vaidade, mas sim verdade.
Quando olhamos a verdade sobre nossas limitações, sobre nossos erros, sobre nossos caminhos de equivoco, estamos saindo da negação e avançando em nosso processo de transformação pessoal.
Só pode ser tratado aquele que admite estar doente!
João Batista pregava chamando os homens ao arrependimento e ao batismo para que fossem purificados dos seus pecados. Os discípulos comissionados por Jesus saiam pregando ao povo e orientando que se arrependessem.

Então, saindo eles, pregavam ao povo que se arrependesse; expeliam muitos demônios e curavam numerosos enfermos, ungindo-os com óleo. _ Marcos 6:12-13

Enquanto nos negarmos a olhar para a verdade sobre nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos, não haverá arrependimento e sem arrependimento não existe libertação ou salvação.
Certa vez Jesus contou uma parábola sobre o Fariseu e o Publicano, que ilustra claramente a diferença entre alguém que olha para o espelho do ego e é cego por sua vaidade, sendo incapaz de olhar para suas limitações e alguém que olha para o espelho do Espírito por meio da palavra de Deus e identifica os seus pecados, se arrepende e recebe a justificação. E a parábola é a seguinte:

E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos e desprezavas os outros: 
Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado. _ Lucas 18:9-14

Esta história contada pelo próprio Jesus, nos revela como Deus olha para o homem que vive no auto engano da vaidade, negando-se a enxergar suas limitações e seus erros e como ele olha para aquele que admite a sua vulnerabilidade, que olha para o espelho da verdade.
Jesus diz, que o publicano, aquele que aparentava imperfeição, foi o mais perfeito diante de Deus ao ser capaz de admitir que era pecador, arrepender-se e pedir perdão!
A história do rei Davi também me remete muito a esta parábola, pois Davi foi um homem que cometeu muitos erros, no entanto, ele admitiu o seu pecado e se arrependeu todas as vezes, e então Deus disse sobre Davi, que este era homem segundo o Seu coração. Que honra, ser alguém que esta de acordo com o coração de Deus!
A história é clara em nos ensinar que Deus não se agradava dos pecados de Davi e ele amargou as consequências de suas escolhas, no entanto, Deus se agradava do arrependimento de Davi, de sua confissão e mudança de comportamento.
Se queremos receber este título que foi dado ao rei Davi, precisamos sair da negação, precisamos olhar para esta água que é a palavra de Deus e permitir que ela nos revele quais são os nosso erros, os nossos caminhos maus, afim de que possamos nos arrepender e mudar de caminho.
Quantos relacionamentos tem sido destruídos porque somos incapazes de admitir que erramos, que falamos o que não devíamos ter falado, que agimos de uma forma como não deveríamos ter agido.
Quantas vidas, sendo destruídas, porque são incapazes de admitir que praticam o que é mal, que pensam, sentem e adotam comportamentos maus.
Quanto orgulho, quanta vaidade existe em nós e como ela nos afasta de Deus e nos priva de sermos verdadeiramente transformados.
Jesus disse aos fariseus que Ele veio para aqueles que precisam de médico, para aqueles que são pecadores e precisam de perdão.
... Os são não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores. _ Marcos 2:17
Se você é justo aos seus próprios olhos, você não precisa da justiça de Deus, pois já teve a sua própria recompensa. Mas se você entende que somos descentes de homens pecadores e que por isto a pulsão de morte, o ego, existe em nós; e deseja enfraquecer o ego e fortalecer a vida que provém de Deus em você, então, você precisa olhar para as suas sombras, precisa admitir os seus erros, se arrepender e pedir perdão.
A Bíblia ensina, que aqueles que confessavam os seus pecados, eram batizados (Mateus 3:6). Para receber a purificação de Deus, para ser perdoado, para ser transformado, é preciso que haja arrependimento.

Versículo para memorizar:
Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. 
Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.
Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado.
_ Salmo 32:3-5

Perguntas para reflexão:
- Você tem honrado a Deus, o reconhecido como soberano, como o Criador de todas as coisas? Ou tem confiado em sua própria força e em seus méritos? Como você pode honrar mais a Deus?
- Será que você tem se julgado superior as outras pessoas por seu conhecimento, por sua conduta ou condição? Como você pode agir de maneira diferente a partir de hoje?
- Quais são os pensamentos, sentimentos e comportamentos maus que existem em você? Você já os confessou a Deus? Que tal fazer isto agora?
- Você tem assumido os seus erros ou os tem transferido culpando aos outros e as circunstâncias? Quais são os erros que você precisa admitir? Para quem você precisa pedir perdão? Quando você fará isso?

Oração:
Deus, nosso Pai.
Eu te reconheço como Soberano sobre todas as coisas e honro o Teu nome.
Eu reconheço que sou pecadora, e quero hoje apresentar diante de ti os meus pecados (diga quais são os seus pecados), eu me arrependo e te peço perdão por este pensamentos, sentimentos e comportamentos que eu adotei e que são frutos e obras da carne.
Hoje, diante de Ti, eu assumo o compromisso de admitir os meus erros e pedir perdão aqueles contra os quais eu pequei. Oro, para que o Senhor me mostre a melhor maneira de fazer isto e me dê a força e sabedoria necessária, preparando um momento oportuno para esta reconciliação.
Sonda-me óh Deus e conhece o meu coração, conhece os meus pensamentos e todos os meus caminhos, vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelos caminhos eternos.
Em nome de Jesus. Amém!

Declaração de fé:
Eu reconheço Deus como Soberano sobre todas as coisas e abro mão do orgulho e da vaidade assumindo que sou pecadora e crendo que posso contar com o perdão e a justificação através de Jesus.

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