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O que é?

A maioria de nós, já ouviu falar sobre Intolerância a Lactose, que consiste na incapacidade do organismo de digerir a lactose (açúcar do leite), esta doença ocorre pela deficiência ou ausência da enzima intestinal chamada lactase, que é responsável por decompor a lactose em carboidratos mais simples que possam ser absorvidos pelo intestino. Porém, o que a maioria de nós não sabe, é que nos mamíferos, os níveis de lactase são baixos até o 27º ao 32º semana de gestação e somente após este período esta enzima tem a sua produção elevada preparando o bebê para a amamentação, e após o desmame, por volta dos cinco anos de idade a produção desta enzima volta a cair.
Isto significa, que o corpo humano foi biologicamente preparado para ingerir leite, somente durante o período de amamentação na infância e, portanto, após este período seria normal o organismo não ter condições de digerir a lactose - chamamos este processo biológico de Hipolactase Primária ou Deficiência Primária.

A hipolactasia - diminuição da atividade de enzima lactase na mucosa do intestino delgado é, portanto, uma determinação genética. No entanto, ao longo do processo evolutivo, para que a humanidade pudesse tolerar bem o leite na vida adulta, sofremos uma mutação genética como processo adaptativo.
Estudos da genéticos apontam que populações que em seus primórdios dependiam da pecuária muito mais do que da agricultura e que eram, portanto, grandes consumidores de leite e seus derivados, em geral, apresentam menor prevalência de intolerância à lactose em relação aquelas populações que dependiam mais da agricultura para sobreviver. 
Por este motivo, esta doença esta bastante associada a etnia dos afrodescendentes, hispano-americanos, índios e asiáticos. Já os descendentes do norte da Europa são menos propensos a manifestá-la.
Dados os fatos, ouso afirmar, que a intolerância à lactose, não é uma doença, mas, na verdade, uma normalidade do organismo humano que após o desmame, não tem mais necessidade de ingestão de lactose. Daí, o fato de que, a ocorrência de Intolerância à Lactose, tende a ser maior na fase adulta.

Causas

Como vimos, a redução da produção da enzima lactase após o desmame, é um processo natural no organismo dos mamíferos, exceto, daqueles que geneticamente desenvolveram uma mutação genética adaptativa. Neste sentido, a descendência pode ser um fator de predisposição a doença.
Além disto, a hipolactasia, também pode ser um sintoma secundário - Deficiência Secundária, resultante de outras doenças que causam dano no intestino delgado, ou que aumentam o tempo de trânsito intestinal, tais como: enterites infecciosas, giardíase, doença celíaca, doença inflamatória intestinal como a doença de Crohn, doença diverticular do cólon e anemia. Nestes casos, os sintomas serão transitórios e reversíveis.
Existe ainda a Deficiência Congênita, neste caso, é uma deficiência digestiva herdada, que pode ser diagnosticada no bebe recém nascido, que tenderá a apresentar diarreia líquida ao ser amamentado ou receber fórmulas contendo lactose. Neste caso, a causa da doença é atribuída a uma mutação no gene LCT que codifica a enzima lactase e bastante grave, pois pode conduzir o bebê ao óbito, quando não diagnosticada e devidamente tratada.

Sintomas

Ao chegar no intestino grosso, a lactose não digerida é fermentada por bactérias típicas da flora intestinal que acabam por produzir gases, causando sintomas como:
  • Dor/Cólicas abdominais na região periumbilical ou no quadrante inferior
  • Sensação de inchaço no abdômen
  • Flatulência
  • Diarreia
  • Vômito
  • Fezes volumosas, espumantes ou aquosas
  • Diarreia frequente sem perda de peso
  • Sintomas sistêmicos como dores de cabeça, vertigem, perda de concentração, dificuldade de memória de curto prazo, dores musculares e articulares, cansaço intenso, alergias diversas, arritmia cardíaca, úlceras orais, dor de garganta, aumento da frequência de micção.
Por apresentar sintomas parecidos, a Intolerância a Lactose, pode ser confundida com a Síndrome do Intestino Irritável, neste caso, é importante estar atento, quando não ocorre a remissão dos sintomas, após a exclusão de laticínios da dieta, pois estas doenças podem ser coexistir no organismo e precisamos de tratamentos específicos e diferenciados.

Diagnóstico

A alergia a proteína do leite da vaca, afeta 20% dos pacientes com sintomas sugestivos de intolerância a lactose. Daí a importância de um diagnóstico adequado da doença.
Como em todas as doenças, os sintomas clínicos, são os primeiros indicadores da doença, somam-se aos sintomas, três principais recursos de diagnóstico. São eles: 

  • Teste de Hidrogênio na Respiração: Os gases produzidos pela conversão da lactose em ácidos graxos de cadeia curta - hidrogênio, são expelidos pelo pulmão, sendo, portanto, uma importante ferramenta de diagnóstico, quando presentes na expiração após o paciente ter ingerido altas doses de lactose;
  • Exame de Sangue: O exame deve ser realizado em jejum e mede se ocorre o aumento da curva de glicose no sangue do paciente após a ingestão de lactose. Quando não ocorre o aumento da curva de lactose, temos um indicador de que a lactose não foi digerida pelo organismo, indicando portanto, a intolerância à lactose;
  • Exame de fezes: Mede a presença de acidez nas fezes, o que resultaria da produção de ácidos graxos de cadeia curta, resultantes da fermentação da lactose pelas bactérias intestinais;
  • Biópsia: Este é um recurso mais invasivo, realizado por meio de endoscopia com coleta de material da segunda porção do duodeno para biópsia com Kit Quick Lactase Test.

Tratamento

Uma vez diagnosticada a intolerância algumas medidas de controle dos sintomas devem ser adotadas. Sendo:
  • Evitar leite e seus derivados por um período, até que haja a completa remissão dos sintomas;
  • Após a remissão dos sintomas, aqueles que optarem por manter alimentos lácteos em sua dieta, devem retomar a inclusão do mesmo de forma gradativa e espaçada ao longo do dia, nunca ultrapassando a porção diária de 12g/dia de lactose (corresponde a um copo de leite);
  • O consumo de produtos do leite fermentado como iogurtes e queijos, serão sempre opções melhores, uma vez que o processo de fermentação quebra parte das moléculas de lactose, facilitando a sua digestão pelo organismo humano, em especial, quando ingeridos junto a outros alimentos não lácteos;
  • O consumo de leite comum, pode ser substituído pelo leite pré-hidrolisado, que já vem com a quebra da molécula de lactose, favorecendo a digestão e absorção e portanto minimizando os sintomas da intolerância;
  • Para casos mais crônicos, também é possível que se opte por terapia com fármacos de reposição enzimática com lactose exógena, que é obtida de leveduras ou fungos. Importante considerar, no entanto, que embora reduzam os sintomas, estes produtos não são capazes de hidrolisar completamente toda a lactose da dieta, tendo resultados muito variados para cada paciente.
    De modo geral, podem ser encontrados em forma de capsulas, tabletes ou líquidos.

Muitos estudos recentes, revelam que o consumo de leite de vaca na vida adulta, é causa de processos inflamatórios intestinais, mesmo quando não existe a intolerância à lactose. Muitos autores, atribuem inclusive, as principais doenças inflamatórias do aparelho respiratório, tais como rinites e sinusites, ao consumo de leite e seus derivados.
Neste caso, cabe aqui uma reflexão de que o consumo de leite vegetal pode ser mais interessante para manutenção da saúde na vida adulta, fornecendo também uma boa ingestão de proteínas.
O cálcio por sua vez, pode ser extraído de outros alimentos como agrião, brócolis, couve, quiabo, feijão, gergelim, grão-de-bico, soja, amêndoas, abóbora cozida, ameixa seca, uva passas e amendoim.
Que tal um leite vegetal de soja ou de amêndoas para substituir o leite de origem animal? 
Além de ser possível produzir leites vegetais em casa, também temos muitas opções industrializadas de boa qualidade, disponíveis para consumo. Experimente, a sua saúde agradece! ;)


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